Dia após dia, e com o temor cada vez maior, os investidores em criptomoedas têm se preocupado com o que os líderes que formam o G-20 podem decidir sobre o tema. Um golpe nas Ofertas Iniciais de Moedas (ICOs)? Uma investida sobre a troca de valores entre moedas?
A resposta veio esta semana: o G-20 decidiu ficar fora do ringue da criptografia, pelo menos por enquanto. Eles acham que terão algo mais específico a dizer sobre isso, nos próximos encontros do grupo, em Julho de 2018.
Mas, por que eles recuaram? E, quais obstáculos podem manter os governos principalmente à margem do futuro?
Podemos citar 5 grandes pontos… São eles:
1) os membros do G20 citaram como “desculpa” a mera questão de prioridades, para retirar as criptomoedas da pauta. Eles já estão ocupados o suficiente ao combater os empasses ideológicos globais, especialmente considerando a iminente ameaça de uma guerra comercial global.
Além disso, mais cedo ou mais tarde eles também terão que lidar com a crescente onda de conflito global entre o Oriente e o Ocidente. Essa instabilidade global ainda alimenta o desequilíbrio do sistema financeiro mundial e suas crescentes dependências financeiras sobre dívida pública, bancos, etc.
2) o fato de que as criptomoedas não possuem fronteiras. Então, a menos que a regulamentação seja habilmente coordenada entre todas as nações, uma restrição individual (ou, por poucos países) seria perfeitamente fracassada. Inclusive, a proibição já seria difícil o suficiente para um único governo - seja Washington, Londres, Bruxelas ou Tóquio - chegar a um consenso sobre o que fazer com as criptomoedas. Um cenário de união e consenso pela comunidade global seria ainda mais difícil ocorrer.
Considere, por exemplo, a tentativa fracassada da China de "banir a criptografia" em setembro de 2017. A China disse NÃO às Ofertas Iniciais de Moedas (ICOs), e elas disseram NÃO às mudanças entre as criptografias já implementadas. O resultado? Negócios movidos para o exterior. A maioria das grandes bolsas chinesas fizeram as malas e transferiram suas operações para outras jurisdições mais amigáveis.
Claro, a reação inicial foi para os mercados, que partiram em uma deliberada venda dos ativos locais. No entanto, algumas semanas após o anúncio do "banimento da China", o mercado de criptografia já estava fazendo novos recordes de ganhos. Enquanto isso as ICOs não desapareceram, sequer reduziram.
Antes da tentativa de proibição, a China tinha uma parcela maior do mercado de criptografia do que os próprios EUA. De fato, em alguns aspectos, há razões para acreditar que, apesar da proibição, continua sendo este o cenário mundial, hoje.
3) um eventual esforço coordenado por todas as principais nações não parariam as criptomoedas criptográficas. Muitos países de tamanho médio, especialmente aqueles que se sentem excluídos dos clubes de elite G-7 e G-20, são muito mais receptivos à adoção dessa tecnologia. Assim, mesmo que fosse fisicamente possível banir a criptografia em algumas partes do mundo (uma falsa premissa), seria impossível extingui-la em todos os lugares.
4) a criptografia é muito mais do que dinheiro. É Ciência e Tecnologia. E desde quando seria possível a uma autoridade central deter o progresso da Ciência ou a evolução da Tecnologia? Sabemos que houve inúmeras tentativas, e continua havendo de tempos em tempos! Roger Bacon, Girolamo Cardano e Galileo Galilei são apenas três dos exemplos que vêem à mente. Porém, sempre falharam.
Vemos que o próprio termo “criptomoedas” deveria ser considerado um equívoco. Em vez disso, devemos nos referir a "Tecnologia de Computação Distribuída" - bancos de dados que são compartilhados entre vários participantes e instituições, características por serem descentralizadas em sua grande maioria.
Essas tecnologias representam uma maneira nova e escalável para bilhões de pessoas chegarem a um consenso. Elas mudam os processos coletivos de tomada de decisões que estão no cerne da civilização. É necessário um consenso para que as leis sejam obedecidas e cumpridas, para que:
as fronteiras de uma nação sejam definidas e respeitadas;
a autoridade do governo seja estabelecida e aceita;
o dinheiro seja valorizado e trocado por bens e serviços.
Dinheiro, autoridade, nações, leis, hierarquia, responsabilidade - todos são baseados em várias manifestações de consenso. Essa tecnologia fornece uma maneira totalmente nova, mais eficiente, mais universal e mais democrática de alcançar esse consenso. Como tal, é inteiramente construtivo e fundamentalmente perturbador perceber como as sociedades alcançariam um amplo e universal acordo.
Se esses conceitos parecem abstratos, é porque essa tecnologia é, sem dúvida, a mudança mais profunda que vimos desde 1800 anos antes de Cristo (aC). Foi quando o Código de Hamurabi estabeleceu a base para a lei da Suméria no primeiro estado-nação conhecido pela humanidade.
5) Mesmo entre os visionários da criptografia, é cedo demais para prever como tudo isso vai acontecer. O funcionalismo é ainda mais confuso. Em um extremo, alguns no governo ainda descartam a criptografia como nada além de uma bolha especulativa. Eles fecham os olhos para a tecnologia que está borbulhando sob sua superfície.
Em um outro extremo, alguns estão ansiosos para aprender como adotar, moldar ou cooptar com essa megatendência. A maioria está em algum lugar no meio. Eles estão começando a reconhecer o potencial da tecnologia, mas ainda escolhem uma abordagem cautelosa de "esperar para ver", enquanto tentam se orientar e descobrir como essa tecnologia pode afetar a sociedade.
Essa é a razão não dita que o G-20 pune e adia esta decisão. Ao contrário das autoridades dos tempos feudais, eles percebem que proibir ou regular excessivamente servirá apenas para prejudicar a inovação. Poucos seguirão esse caminho sem saída, entusiasticamente. E aqueles que o fizerem serão prontamente deixados para trás por países que ajudam a fazer isso acontecer ou simplesmente deixam acontecer.
A grande (e óbvia) exceção a tudo isso: as ICOs não registradas, para as quais há uma necessidade urgente e um caminho claro para a regulamentação.
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